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Persistência das chuvas e escoamento lento mantêm Porto Alegre debaixo d’água

Previsão indica que a cidade continuará inundada nas próximas semanas, enquanto desafios ambientais e geográficos dificultam o controle das enchentes

Porto Alegre (RS) A cidade de Porto Alegre enfrenta um cenário desolador devido às chuvas persistentes e a falha no escoamento das águas, que mantêm a região metropolitana debaixo d’água. Segundo previsões do Instituto de Pesquisas Hidráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), a situação tende a perdurar nas próximas semanas, com o nível do lago Guaíba mantendo-se próximo aos cinco metros.

O relevo e a hidrografia da região metropolitana complicam o escoamento da água, prolongando a solução para a crise mesmo sem a ocorrência de novas chuvas. Além disso, o escoamento da água também é condicionado pela baixa da maré, o que pode acarretar problemas adicionais na região de Rio Grande, onde está localizado o delta que controla o fluxo da lagoa dos Patos para o oceano Atlântico.

Os pesquisadores alertam para a gravidade da situação, lembrando que, na cheia de 1941, foram necessários 32 dias para que o lago retornasse a um nível seguro, abaixo de três metros. A previsão meteorológica indica que as chuvas devem continuar, mantendo o nível do lago acima dos cinco metros, com possibilidade de precipitações adicionais no fim de semana.

O professor Rualdo Menegat, do Instituto de Geociências da UFRGS, destaca que a persistência do alagamento está diretamente ligada à posição geográfica da cidade, situada no nível do mar e na encosta do Planalto Meridional. Ele aponta as mudanças climáticas e a falta de políticas de prevenção como fatores determinantes para a situação atual, ressaltando que a proximidade de Porto Alegre ao Guaíba e aos principais rios da região aumenta a gravidade dos impactos das chuvas intensas.

A preocupação se estende também para a questão ambiental e para os países vizinhos, uma vez que eventos climáticos extremos têm se tornado mais frequentes e intensos na região sul do Brasil. Para Menegat, é essencial que haja uma conscientização sobre os limites da ocupação humana e a necessidade de políticas de adaptação e mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

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Luann Guarany
Luann Guarany
Editor-Chefe do Portal Olimpio Guarany, Escritor, Pesquisador e Professor.
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