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Sábado, Abril 27, 2024
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Expedição Pedro Teixeira, a nova descoberta do rio das Amazonas, chega ao estreito de Breves, no arquipélago do Marajó

Olimpio Guarany (Capitão)

Olá. 

Seguimos nossa jornada refazendo a Expedição de Pedro Teixeira de 1637. Lembrando que nossa Expedição partiu de Macapá, nas imediações da foz do rio Amazonas e nesse primeiro trecho vamos seguir até Belém de onde, efetivamente, Pedro Teixeira partiu rumo ao desconhecido até chegar ao Peru.

Anotações do Diário de Bordo

Chegamos a Breves. Por causa do grande movimento, do vai e vem de barcos, atravessamos para fundear no outro lado do estreito. Ancoramos numa área mais tranquila. De repente vem um homem numa rabeta e atraca na popa do nosso veleiro. Com um sorriso estampado no rosto, aquela figura simpática, estava ali para convidar-nos ao desembarque e irmos até a casa dele para tomar um cafezinho. Era o sr. Paulo

Veleiro Kûara fundeado no estreito de Breves (PA).     Foto: Bia Oliveira

Mesmo sabendo que ainda teríamos que produzir dois roteiros para atender nossos parceiros comerciais não poderíamos recusar o convite. Essa hospitalidade do povo ribeirinho nos contagia e sempre procuramos corresponder à altura.

Durante boa parte da tarde, até entramos pela noite, ficamos na varanda conversando. Claro que eu estava atento as muitas histórias do “seu” Paulo.

Ele nos  contou que sempre trabalhou como extrativista, especialmente do açaí. Criou seus filhos e mantém a sua casa  com a receita da venda do açaí. Que, aliás, se encontra em abundância em seu terreno.

Casa do Paulo.     Foto: Olimpio Guarany

Ao longo de alguns anos, seu Paulo trabalhou numa empresa madeireira. 

Destacou que houve muita exploração de madeira, retirada da floresta de várzea nesta região do Marajó, especialmente nas décadas de 70 e 80. “Quando começou escassear a madeira e as leis ambientais endureceram, as empresas passaram a ir mais longe para retirar a madeira”, disse. 

“Seu” Paulo chegou a viajar até o rio Madeira e ao alto Solimões. Diz ele: “Cansei de trazer madeira do alto do Amazonas, em toras, rebocadas em forma de jangada, rio Amazonas abaixo”.

Mas tudo isso faz parte do passado. Seu Paulo está aposentado, mas ainda trabalha com a extração e venda do açaí.

O cafezinho

A mesa está posta e dona Áurea traz o cafezinho. Além do café ela preparou um bolo especialmente para o nosso encontro.

 Café na casa de “seu” Paulo e dona Áurea.      Foto: Bia Oliveira

Dona Áurea ajuda o seu Paulo na composição da receita da casa. Todos os dias, ao fim da tarde, ela sai para colocar os matapis. Uma espécie de armadilha para capturar o camarão, logo ali, na frente da casa. Sim. A casa de seu Paulo e Dona Áurea foi construída sobre as águas do estreito, e tem uma área como se fosse um deck. Quando a maré sobe eles tem uma piscina à disposição.

No dia seguinte, nos prepararmos para zarpar. Nossa próxima perna é até Curralinho e nosso destino é Belém do Pará.

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Até a próxima semana

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1 COMENTÁRIO

  1. Parabéns por enaltecer a hospitalidade do ribeirinho. Adorei as histórias, ele criou sua família com o extrativismo de açaí e há muitas décadas ia até o rio Madeira (quase perto de Manaus, longe prá caramba) tirar madeira. Este é o gigantismo da Amazônia e seu povo. Já aprendi o que é matapi (armadilha de pegar camarão).
    Um forte abraço capixaba de Hilton Monteiro Cristovão (Vitória-ES).

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